sábado, 27 de agosto de 2016

GÊNEROS DE TEXTO- ORAL OU ESCRITO AULA 1.

GÊNERO TEXTUAL


O gênero textual, oral ou escrito, é escolhido a partir da finalidade do texto, por isso os exemplos são ilimitados. O texto faz parte do nosso dia a dia, não é verdade? Para pedir o café da manhã, para convencer a mãe a liberar o carro no final de semana, para convidar um amigo para uma festa, para declarar o amor, para solicitar que o banco cancele o cartão de crédito, para reivindicar melhorias no transporte, o que utilizamos? O texto, claro! Seja oral ou escrito.  
Os textos, embora diferentes entre si, possuem pontos em comum, pois podem se repetir no conteúdo, no tipo de linguagem, na estrutura. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, seja na estrutura, conteúdo ou tipo de linguagem, configura-se o gênero textualque pode ser definido como as diferentes maneiras de organizar as informações linguísticas, destacando que isso acontecerá de acordo com:
  • A finalidade do texto;
  • O papel dos interlocutores;
  • A situação.  
Não podemos definir a quantidade de gêneros textuais existentes. Por que isso acontece? Graças à sua natureza. Com que objetivo eles foram criados? Para satisfazer a determinadas necessidades de comunicação. Assim sendo, podem aparecer ou desaparecer de acordo com a época ou as necessidades dos povos. Por isso, podemos afirmar que gênero textual é uma questão de uso.
gênero textual não exclui ou despreza a tipologia textual tradicional (narração, descrição e dissertação), pelo contrário, os aspectos tipológicos são apresentados de forma mais ampla,  já que  passam a ser analisados a partir das situações sociais em que são usados. Acompanhe a seguir os exemplos de gêneros e os grupos aos quais estão inseridos.
Narrativo:
  • Conto maravilhoso;
  • Conto de fadas;
  • Fábula;
  • Lenda;
  • Narrativa de ficção científica;
  • Romance;
  • Conto;
  • Piada;
  • Etc.
Relato:
  • Relato de viagem;
  • Diário;
  • Autobiografia;
  • Curriculum vitae;
  • Notícia;
  • Biografia;
  • Relato histórico;
  • etc.
Argumentativo:
  • Texto de opinião;
  • Carta de leitor;
  • Carta de solicitação;
  • Editorial;
  • Ensaio;
  • Resenhas críticas;
  • etc.
Expositivo:
  • Texto expositivo;
  • Seminário;
  • Conferência;
  • Palestra;
  • Entrevista de especialista;
  • Texto explicativo;
  • Relatório científico;
  • etc.
Instrucional:
  • Receita;
  • Instruções de uso;
  • Regulamento;
  • Textos prescritivos;
  • etc . 
Cada gênero possui sua característica. Entretanto, é importante destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, mais formal.
Redigir uma carta, narrar um conto, produzir uma receita, enfim, todas essas tomadas de posições fazem do interlocutor um ser social, norteado de objetivos, finalidades, propósitos que ele põe em prática por meio dos textos que constrói. Partindo então dessa realidade, equivale dizer que distintos são os momentos em que nos colocamos na condição de emissores, sobretudo em se tratando da linguagem escrita; dessa forma, temos de estar cientes acerca da estrutura, dos aspectos linguísticos que se aplicam à materialização dessas circunstâncias comunicativas, tendo em vista a irrefutável condição relacionada ao “por que escrever”, “para quem escrever” e “como escrever”.
Ora, por que escrever parte do fato de que, quando escrevemos, dispomos de uma intenção;  para quem escrever emerge da condição de que, se temos um propósito, logo essa intenção se dirige a um interlocutor em específico; como escrever se encontra atrelado à condição de que, a depender do objetivo e do interlocutor, formas específicas, no que diz respeito à estrutura, sem nenhuma dúvida, aplicam-se à construção desses diversos textos, materializando, portanto, as diversas circunstâncias comunicativas a que estamos condicionados cotidianamente.
Com base nisso, sobretudo porque pretendemos auxiliá-lo(a) no tocante ao aprimoramento das tantas habilidades requisitadas pela modalidade escrita da linguagem, preparamos para você um esquema, em que nele você poderá perceber que os distintos exemplos de gêneros, orais e escritos, partem de uma base para se constituírem, esta base refere-se aos aspectos tipológicos demarcados pelo ato ora de narrar, relatar, argumentar, expor, ora de descrever ações.

Dessa forma, a partir do momento em que esses domínios de comunicação, digamos assim, tornam-se incorporados à nossa consciência, e por que não dizer às nossas habilidades, estamos prontos para redigir todo e qualquer texto. Por essa razão, observemos, pois, os exemplos de gêneros orais e escritos que partem justamente dessas tipologias. Ei-los, portanto:
Distintos são os exemplos de gêneros orais e escritos
BIBLIOGRAFIA: 
  1. http://brasilescola.uol.com.br/redacao/exemplos-generos-orais-escritos.htm
  2. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/generos-textuais.htm
VÍDEO SOBRE GÊNEROS TEXTUAIS:



TEXTO -O GIGOLÔ DAS PALAVRAS
 Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. (...). Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e só é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura. Claro que eu não disse tudo isso para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isto eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas a exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua própria vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito. Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda. 
(Texto adaptado: VERÍSSIMO, Luís Fernando. In.: O nariz & outras crônicas. 3ª ed. 2ª impressão. Ática. São Paulo.2002. 
EXERCÍCIOS:
  • Questão 1
    (ENEM 2010)
    MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
    Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
    Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é
    a) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
    b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.
    c) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.
    d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.
    e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.

  • Questão 2
    Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir:
    I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
    II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens;
    III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade;
    IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho;
    V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros.
    São, respectivamente:
    a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argumentativa.
    b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
    c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
    d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
    e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta argumentativa.

  • Questão 3
    (ENEM 2010)
    Câncer 21/06 a 21/07
    O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.
    Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.
    O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é:
    a) vender um produto anunciado.
    b) informar sobre astronomia.
    c) ensinar os cuidados com a saúde.
    d) expor a opinião de leitores em um jornal.
    e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.

  • Questão 4
    Leia o texto a seguir para responder à questão:
    A outra noite
    Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
    Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
    - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
    Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
    - Mas, que coisa...
    Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
    - Ora, sim senhor...
    E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
    Rubem Braga
    Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é:
    a) Conto.
    b) Poesia.
    c) Prosa.
    d) Crônica.
    e) Diário.
Resposta Questão 1
  • Alternativa “b”. O texto publicitário é um gênero cuja linguagem é permeada, principalmente, pela função apelativa, ou seja, apresenta diversos recursos que têm como objetivo principal chamar a atenção do público-alvo para o produto anunciado.

  • Resposta Questão 2
    Alternativa “c”.

  • Resposta Questão 3
    Alternativa “e”. Chamamos de gênero o modo como os diversos textos aparecem na sociedade, e o gênero horóscopo é muito comum. Esse gênero não apresenta intenção de informar ou apresentar conteúdos, mas sim de aconselhar, astrologicamente, um indivíduo.

  • Resposta Questão 4
    Alternativa “d”. Podemos observar na crônica de Rubem Braga todos os elementos característicos desse gênero, como o relato de uma situação corriqueira do cotidiano, permeado por uma linguagem dotada de certa dose de lirismo, além de características como a brevidade do texto e uso de uma linguagem coloquial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário