quarta-feira, 31 de agosto de 2016

AULA 5:CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL


CONCORDÂNCIA VERBAL



A regra básica da concordância verbal é o verbo concordar  em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) com o sujeito da frase.
1. Sujeito simples – o verbo concordará com ele em número e pessoa.
Ex.: O artista excursionará por várias cidades do interior.

2. Sujeito composto – em regra geral, o verbo vai para o plural. Ex.: Sua avareza e seu egoísmo fizeram com que todos o abandonassem.
Se o sujeito vier depois do verbo, concorda com o núcleo mais próximo, ou vai para o plural.
Ex.: “Ainda reinavam (ou reinava) a confusão e a tristeza” (Dinah S. de Queiroz).
Se o sujeito vier composto por pronomes pessoais diferentes – o verbo concordará conforme a prioridade gramatical das pessoas.
Ex.: Eu e você somos pessoas responsáveis.
Atenção! Tu e ela estudais / estudam. A segunda forma é mais usada atualmente.

3. Expressões não só...mas tambémtanto/quanto que relacionam sujeitos compostos permitem a concordância do verbo no singular ou no plural.
Ex.: Tanto o rapaz quanto o amigo obtiveram/obteve nota máxima na redação do ENEM.

4. Sujeito composto ligado por ou:
- indicando exclusão, ou sinonímia – o verbo fica no singular.
Ex.: Maria ou Joana será representante.
- indicando inclusão, ou antonímia – o verbo fica  no plural.
Ex.: O amor ou o ódio estão presentes.
- indicando retificação – o verbo concorda com o núcleo mais próximo.
Ex.: O aluno ou os alunos cuidarão da exposição.

5. Quando o sujeito é representado por expressões como a maioria de, a maior parte de e um nome no plural, o verbo concorda no singular (realçando o todo) ou no plural (destacando a ação dos indivíduos).
Ex.: A maioria dos jovens quer as reformas. (ou) A maioria dos jovens querem as reformas.

6. Não sou daqueles que recusa / recusam as obrigações.
Nesse caso, o referente do pronome relativo que é daqueles, a regra fundamental de concordância com o sujeito deverá levar o verbo para a 3ª pessoa do plural. Entretanto, também é aceito quando refletimos em uma concordância com um daqueles que.

7. Verbo ser + pronome pessoal + que – o verbo concorda com o pronome pessoal.
Ex.: Sou eu que executo a obra. Seremos nós que executaremos a obra.
Verbo ser + pronome pessoal + quem – o verbo  concorda com o pronome pessoal ou fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Sou eu quem inicio a leitura. Sou eu quem inicia a leitura.

8. Nomes próprios locativos ou intitulativos – se precedidos de artigo plural, o verbo irá para o plural; não sendo assim, irá para o singular.
Ex.: Os Estados Unidos reforçam as suas bases.
Minas Gerais progride muito.

9. Pronome relativo antecedido da expressão “um dos”, “uma das” – verbo na 3ª pessoa do singular ou do plural.
Ex.: Ela é uma das que mais impressiona (ou impressionam).
Quando apresenta uma ideia de seletividade, fica obrigatoriamente no singular.
Ex.: Aquela é uma das peças de Nelson Rodrigues que hoje se apresentará neste teatro.

10. Concordância do verbo ser: a) sujeito nome de coisa ou um dos pronomes nada, tudo, isso ou aquilo + verbo ser + PREDICATIVO no plural: verbo no singular ou no plural (mais comum).
Ex.: "A pátria não é ninguém: são todos.” (Rui Barbosa)
b) NAS ORAÇÕES INTERROGATIVAS iniciadas pelos pronomes quem, que, o que– verbo ser concorda com o nome ou pronome que vem depois.
Ex.: Quem eram os culpados?
c) 1º TERMO – SUJEITO = substantivo; 2º termo = pronome pessoal, o verbo concorda com o pronome pessoal.
Ex: Os defensores somos nós.
d) Nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é tanto, é bastante + determinação de preço, medida ou quantidade: verbo no singular.
Ex.: Dez reais é quase nada.
e) Indicando hora, data ou distância – o verbo concorda  com o predicativo.
Ex.: São três horas. Hoje são 15 de fevereiro.

11. PASSIVO – NA VOZ PASSIVA SINTÉTICA, com o pronome apassivador SE, o verbo   concorda com o sujeito paciente (que é um aparente objeto direto).
Ex.: Escutavam-se vozes.
INDETERMINADO – com o pronome indeterminador do sujeito, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Precisa-se de operários.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

As relações que as palavras estabelecem com o substantivo que as rege constitui o que em gramática se chama de sintagma nominal. Essa relação caracteriza os casos de concordância nominal.

1. Concordância de gênero e número entre o núcleo nominal e os artigos que o precedem, os pronomes indefinidos variáveis, os demonstrativos, os possessivos, os numerais cardinais e os adjetivos.
Ex.: Um luar claro e belíssimo.

2. Concordância do adjetivo com dois ou mais substantivos
a) Substantivos do mesmo gênero, o adjetivo irá para o plural desse gênero ou concordará com o mais próximo (concordância atrativa).
Ex.: Bondade e alegria raras ou rara.
b) Substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo irá para o masculino plural ou concordará com o mais próximo.
Ex.: Atitude e caráter apropriados ou apropriado.
c) Adjetivo anteposto aos substantivos, nos dois casos acima, a norma geral é que ele concorde com o substantivo mais próximo.
Ex.: Mantenha desligadas as lâmpadas e os eletrodomésticos.
d) Substantivos com sentido equivalente ou expressam gradação, o adjetivo concorda com o mais próximo.
Ex.: Revelava pura alma e espírito.
CASOS PARTICULARES 
1. POSSÍVEL
a) precedido de o mais,o menor, o melhor, o pior – singular;
b) precedido de os mais, os menores, os melhores, os piores – plural.
Ex.: Estampas o mais possível claras. / Estampas as mais claras possíveis.

2. ANEXO / INCLUSO – adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.
Ex.: Envio-lhe anexos / inclusos os documentos.  (em anexo, junto a são invariáveis)

3. LESO (adjetivo = lesado, prejudicado) concorda com o substantivo com o qual forma uma composição.
Ex.: Cometeu crime de lesa-pátria.

4. PREDICATIVO
a) substantivo com sentido indeterminado (sem artigo) – adjetivo no masculino.
Ex.: É proibido entrada;
b) substantivo com sentido determinado (com artigo) – adjetivo concorda com o substantivo. Ex.: É necessária muita cautela.

5. MEIO – numeral = metade (variável)
Ex.: Falou meias verdades.
Advérbio = parcialmente (variável).
Ex.: Encontrava-se meio fatigada.

6. MUITO, POUCO, BASTANTE, TANTO – PRONOMES – (variáveis).
Ex.: Li bastantes livros. ADVÉRBIOS (invariáveis).
Ex.: Estavam bastante felizes.

7.  – adjetivo  = sozinho (variável).
Ex.: Eles se sentiam sós. Palavra denotativa de exclusão (invariável).
Ex.: Só os alunos compareceram à reunião (= somente).

8. PSEUDO, ALERTA, SALVO, EXCETO – são palavras invariáveis.
Ex.: Ela é pseudo-administradora, por isso fiquemos sempre alerta.

9. QUITE = LIVRE – concorda com aquele a que se refere.
Ex.: Estamos quites com a mensalidade.

10. OBRIGADO, MESMO, PRÓPRIO – concordam com o gênero e número da pessoa a que se referem.
Ex.: Ela disse:
- Muito obrigada, eu mesma cuidarei do assunto.



EXERCÍCIOS
1. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta.
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

2. (IBGE) Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:

a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
d) Deve existir problemas nos seus documentos.
e) Choveram papéis picados nos comícios.

3. (IBGE) Assinale a opção em que há concordância inadequada:

a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema.
b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
d) De casa à escola é três quilômetros.
e) Nem uma nem outra questão é difícil.

4. (CESGRANRIO) Há erro de concordância em:

a) atos e coisas más
b) dificuldades e obstáculo intransponível
c) cercas e trilhos abandonados
d) fazendas e engenho prósperas
e) serraria e estábulo conservados

5. (MACK) Indique a alternativa em que há erro:

a) Os fatos falam por si sós.
b) A casa estava meio desleixada.
c) Os livros estão custando cada vez mais caro.
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.

6. (UF-PR) Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo posposto):

(1) velhos ( ) camisa e calça ............
(2) velhas ( ) chapéu e calça ............
( ) calça e chapéu ............
( ) chapéu e paletó ...........
( ) chapéu e camisa ..........

a) 1 - 2 - 1 - 1 - 2
b) 2 - 2 - 1 - 1 - 2
c) 2 - 1 - 1 - 1 - 1
d) 1-2-2-2-2
e) 2-1-1-1-2


7. (UF-FLUMINENSE) Assinale a frase que encerra um erro de concordância nominal:
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila.
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.
e) Ela comprou dois vestidos cinza.

8. (BB) Verbo deve ir para o plural:

a) Organizou-se em grupos de quatro.
b) Atendeu-se a todos os clientes.
c) Faltava um banco e uma cadeira.
d) Pintou-se as paredes de verde.
e) Já faz mais de dez anos que o vi.


9. (BB) Verbo certo no singular:

a) Procurou-se as mesmas pessoas
b) Registrou-se os processos
c) Respondeu-se aos questionários
d) Ouviu-se os últimos comentários
e) Somou-se as parcelas

10. (BB) Opção correta:

a) Há de ser corrigidos os erros
b) Hão de ser corrigidos os erros
c) Hão de serem corrigidos os erros
d) Há de ser corrigidos os erros
e) Há de serem corrigidos os erros

GABARITO

1. C
2. D
3. D 
4. D
5. D
6. C
7. A
8. D
9. C
10. B

TEXTO PARA REFLEXÃO

atual situação econômica do Brasil vem causando muita preocupação à toda parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir seu sustento.
Sejam empregados ou empresários, estão todos preocupados com os rumos que nossa economiavem tomando nos últimos tempos.
Essa preocupação com a atual situação econômica do Brasil vem fazendo com que empresários adiem investimentos e novos empreendedores aguardem momentos menos incertos para iniciar seus projetos.
Como em todo momento de incerteza, uma certa dose de pânico se confunde com a frieza dos números e por isso é importante termos uma visão real do que está acontecendo.

O que é fato e o que é pânico

A atual situação econômica do Brasil é tecnicamente de estagnação. A crise econômica de 2016 não é mais apenas uma hipótese e consta como fato em toda pauta de reunião de empresários do país e também fora dele. Acreditar em mais uma história sobre “marolas” é negar a realidade econômica do país e abrir a porta para o fracasso.Os números não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação econômica brasileira, muito embora o governo tente mascarar a crise com interpretações convenientes e a negação dos dados captados pelas diversas consultorias econômicas, instituições de classe e até mesmo das próprias agências e órgãos governamentais.
É claro que, como em toda situação de incerteza, principalmente em ano eleitoral, uma certa dose de pânico acaba se instalando. Esse também não é o caminho para a solução do problema, pois em momentos de histeria, decisões precipitadas podem também acabar destruindo o seu negócio.

A origem do problema

Os motivos que levaram a atual situação econômica do Brasil são muitos, mas alguns deles merecem um destaque especial. O primeiro deles é a total falta de investimentos em infraestrutura, que tem levado o país a perder competitividade tanto no ambiente interno quanto externo. A explicação para esse caos está na questão estratégica.
O segundo grande motivo de termos chegado no ponto em que chegamos foi a total falta de planejamento estratégico de longo prazo para nossa economia. O governo vem trabalhando com uma estratégia de reação aos fatos, uma verdadeira operação tapa buraco, onde medidas emergenciais são adotadas para tratarem problemas que seria facilmente resolvidos se houvesse um planejamento macro.

Uma mistura que não costuma dar certo

O terceiro e talvez mais grave problema é a submissão da política econômica à política partidária. Isso tem levado a uma desestruturação da máquina pública que vem prejudicando todos os setores da sociedade, como a educação, saúde pública, segurança e obviamente a economia.
O quarto motivo é a falta de credibilidade. Com escândalos se acumulando e a impunidade gracejando, mesmo que estivesse bem intencionado o governo não teria credibilidade suficiente para contar com apoio dos diversos setores da economia nacional. Este é o problema que nos deixa temerosos em relação ao futuro.
Sem medidas duras e coordenadas, a situação econômica do Brasil tende a se agravar, e em meio a um quadro recessivo de maiores proporções, corremos inclusive o risco do país ser seduzido pela heterodoxia econômica bolivariana adotada por nossos hermanos venezuelanos e argentinos com consequência trágicas.

Alternativas para a retomada do crescimento

Que a economia brasileira vai mal, todo mundo sabe, mas a pergunta é: De que forma podemos nos preparar para enfrentar e vencer o desafio de levar o país de volta aos rumos do crescimento? No que diz respeito ao empreendedorismo nacional, como se preparar para a crise de 2016 e estar pronto para uma eventual retomada do crescimento.
Uma retomada da economia brasileira dependerá exclusivamente do Governo, pois segundo todas as análises, foi ele quem não fez seu papel em termos de fomento do desenvolvimento do país.Em resumo, não fez nem o seu dever diário e muito menos o dever de casa.
Enquanto a agricultura, indústria e serviço davam seu sangue para atingir patamares de produtividade e competitividade, o Governo falhava no planejamento estratégico, infraestrutura e política fiscal.
O ajuste fiscal é inevitável para provocarmos uma reversão da atual situação econômica do Brasil, pois o uso de artifícios cínicos como a chamada contabilidade criativa das contas públicas não dará condições para que o país volte a crescer, só jogará mais para frente uma crise maior.
A atual situação econômica do Brasil pode ser revertida, mas se depender apenas dos empreendedores, sem a colaboração do governo, fica impossível.
BIBLIOGRAFIA
http://www.empreendedoresweb.com.br/atual-situacao-economica-do-brasil/
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/usos-da-lingua/concordancia-verbal-e-nominal.html

AULA 4- PONTUAÇÃO

PONTUAÇÃO


Para que servem os sinais de pontuaçãoNo geral, para representar pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:

1. Vírgula (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial)
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava.
2. Pontos

2.1 - Ponto-final (.)
É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.
 
2.2 - Ponto de Interrogação (?)


O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas:

Você quer ir conosco ao cinema?
Desejam participar da festa de confraternização?

b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma determinada situação:

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)
 Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa)
Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:

a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:

Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude.  (espanto) 
Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:

Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me! 

Observações dignas de nota:
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!

* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.  
É usado para:
a) separar itens enumerados:
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;
- financeira.
b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.
4. Dois-pontos (:)
É usado quando:
a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e não responda à professora.
5. Aspas (“”)
São usadas para indicar:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”.
6. Reticências (...)
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
7. Parênteses ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de vírgulas).
8. Travessão (–)
O travessão é indicado para:
a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?

- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.
b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:   
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.
c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:
O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada. 
Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

EXERCÍCIOS SOBRE PONTUAÇÃO COM GABARITO:

1. Assinale a opção em que a supressão das vírgulas alteraria o sentido do anunciado:

a) os países menos desenvolvidos vêm buscando, ultimamente, soluções para seus problemas no acervo cultural dos mais avançados;

b) alguns pesquisadores,que se encontram comprometidos com as culturas dos países avançados, acabam se tornando menos criativos;

c) torna-se, portanto, imperativa uma revisão modelo presente do processo de desenvolvimento tecnológico;

d) a atividade científica, nos países desenvolvidos, é tão natural quanto qualquer outra atividade econômica;

e) por duas razões diferentes podem surgir, da interação de uma comunidade com outra, mecanismos de dependência.

2. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo:

“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.

a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.

3. Assinale o exemplo em que há emprego incorreto da vírgula:

a) como está chovendo, transferi o passeio;
b) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto;
c) ele, caso queira, poderá vir hoje;
d) não sabia, por que não estudou;
e) o livro, comprei-o por conselho do professor.

4. Assinale o trecho sem erro de pontuação:

a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em questão;
b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários;
c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração;
d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo;
e) estamos remetendo em anexo, o formulário.

5. Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas:

a) ora ríamos, ora chorávamos;
b) amigos sinceros, já não os tinha;
c) a parede da casa, era branquinha branquinha;
d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso;
e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa.

6. Observe:

1) depois de muito pedir ( ) obteve o que desejava;
2) se fosse em outras circunstâncias ( ) teria dado tudo certo;
3) exigiam-me o que eu nunca tivera ( ) uma boa educação;
4) fez primeiramente seus deveres ( ) depois foi brincar;

Assinale a alternativa que preencha mais adequadamente os parênteses:

a) (;) (,) (:) (;);
b) (,) (;) (:) (;); 
c) (,) (,) (:) (;);
d) (?) (,) (,) (:);
e) (,) (;) (.) (;).

7. Assinale o item em que as vírgulas estão empregadas corretamente:

I - Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno embrulho e entregou ao homem.
II - A sua fisionomia estava serena, o seu aspecto tranqüilo.
III - E o farmacêutico, sentindo-se aliviado do seu gesto, sentira-se feliz diante de suas lembranças.
IV - Quando, vi que não servia, dei às formigas, e nenhuma morreu.

a) I - IV;
b) II - III;
c) II - IV;
d) I - II;
e) I - III.

8.A frase: “O assunto desta reunião - voltou a afirmar o presidente - é sigiloso”.
Qual das alternativas apresenta as possibilidades corretas dentre as numeradas de I a V?

I - O assunto desta reunião (voltou a afirmar o presidente ...) é sigiloso.
II - O assunto desta reunião (voltou a afirmar o presidente) é sigiloso.
III - O assunto desta reunião, voltou a afirmar o presidente, é sigiloso.
V - O assunto desta reunião: voltou a afirmar o presidente: é sigiloso.

a) I, II, III, IV, V;
b) II, IV;
c) I, III, V;
d) I, IV, V;
e) II, IV, V.



9.Em seguida vai um pequeno trecho de Machado de Assis, pontuado de diversos modos. Só uma vez a pontuação estará de acordo com as normas gramaticais. Assinale-a:

a) homem gordo, não faz revolução. O abdômen, é naturalmente amigo da ordem. O estômago pode destruir, um império: mas há de ser antes do jantar;

b) homem gordo não faz revolução. O abdômen é naturalmente amigo da ordem; o estômago pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar;

c) homem gordo não faz revolução, o abdômen é, naturalmente, amigo da ordem. O estômago, pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar;

d) homem gordo não faz revolução: o abdômen e naturalmente, amigo da ordem. O estômago pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar;

e) homem gordo não faz revolução: o abdômen é naturalmente amigo da ordem. O estômago pode destruir um império mas há de ser, antes do jantar.


10. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo:

“Como amanhã será o nosso grande dia ___ duas coisas serão importantes ___ uma é a tranqüilidade ___ a outra é a observação minuciosa do que esta sendo solicitado”.

a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula;
b) vírgula, vírgula,vírgula;
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
d) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
e) ponto e vírgula, dois pontos, vírgula.

11. Assinale a série de sinais cujo emprego corresponde, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
“Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse parágrafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente ( ) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mostrou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”.
a) , , ? ? ? , , , .
b) : ? , , ? , ___ ___ ?
c) ___ ? , , . ___ ___ ___ .
d) : ? , . ___ , , , ?
e) : . , , ? , , , .

GABARITO

1. B
2. C
3. D
4. D
5. C
6. C
7. E
8. B
9. B
10. C
11. B


Vídeos sobre pontuação I, II e III.











TEXTO PARA DEBATE:

O MUNDO VIRTUAL!
Definitivamente a internet mudou o conceito de contato, amizade, namoro e aquisição de conhecimento, além de também ter mexido com o conceito de tempo. As pessoas com menos de 30 ou 35 anos podem ter uma vaga lembrança de como eram suas vidas antes da internet, mas certamente as que são um pouco mais velhas que isso conheceram situações e sentimentos que a geração atual sequer pode imaginar.
Escrever uma carta era algo solene, exigia um ritual. Era preciso comprar envelope, selos, sentar-se à mesa ou à escrivaninha e, artesanalmente, falar sobre as novidades, sobre o estado de saúde, enviar notícias dos amigos e parentes. E depois, é claro, ir ao correio e postar a carta. Lá do outro lado, na outra cidade ou país, estava o destinatário, ansioso por notícias. Quando a carta chegava - geralmente em uma semana - as notícias ainda eram frescas. Enviar flores exigia também tempo, disposição e um carinho especial para se locomover até a floricultura, escolher o buquê e pagar a entrega, que geralmente só era possível se a outra pessoa morasse no mesmo bairro ou cidade.
É claro que as facilidades da internet são maravilhosas porque quase tudo acontece praticamente em tempo real: podemos ver as pessoas distantes, falar com elas sem gastar com telefonemas, escrever emails (as antigas cartas...), enviar documentos, pagar contas e mandar flores e presentes praticamente sem sair do lugar. Podemos conhecer museus, parques, cidades inteiras, fazer cursos, assistir a jogos, filmes e trabalhar, às vezes tudo ao mesmo tempo, bastando mudar de tela.

TRANSPORTE PARA O MUNDO REAL

A internet é algo mágico, tão mágico que para muitos é possível até sentir o estado de ânimo do interlocutor. Ela é quase a máquina de teletransporte! Mas quem passa horas, dias, semanas a fio ao computador, acaba esquecendo que no mundo real estão os cheiros, a brisa, o calor do sol, o contato da pele do amigo no abraço longo, o perfume das flores escolhidas com carinho, o verde vivo das árvores, a vibração da torcida no estádio e o som ao vivo da banda predileta.
Veja bem quantas horas por semana você economiza não precisando ir ao banco, por exemplo. Mas o que você faz com o tempo que gastaria se locomovendo ou na fila? Fica em joguinhos de internet ou em sites de relacionamento? Continua navegando sem muito rumo ou propósito?
É evidente que a internet é muito sedutora, milhares de profissionais se especializam todos os dias para capturar a atenção dos navegantes e, por ser sedutora, inovadora e criativa, fica-se sempre à espera de mais: mais imagens, mais notícias, mais conversa, mais fotos, e não necessariamente isso tudo tem um propósito definido. É a informação pela informação, não importando se vai ou não fazer diferença em nossas vidas, se vai acrescentar mais conhecimento que sabedoria, se vai nos tornar pessoas melhores ou nos preencher de bytes e nos esvaziar de emoções vividas em primeira pessoa. Por que enquanto nos divertimos com quem faz acontecer, deixamos de viver o que poderia nos fazer mais sensíveis e participativos.
Pois fica aqui a sugestão para quem não sabe ou não se lembra mais o que está perdendo quando vive a maior parte do tempo nas tramas da rede:
  • Marque um encontro real com o grupo que conheceu na internet, deixe que ouçam sua voz e permita-se rir ao vivo com aqueles com quem troca ideias virtualmente.
  • Experimente escrever uma carta e peça que alguém faça o mesmo para você. Use papel e caneta, coloque ali a sua letra (você ainda lembra da sua letra?) e suas emoções. Veja qual é a sensação de receber do correio algo que não seja uma conta para pagar ou um folheto de propaganda.
  • Faça uma visita à casa de um amigo ou parente, coloque os assuntos em dia tomando um cafezinho real com aquela pessoa que você só fala por telefone ou pela internet.
  • Vá pessoalmente (e não virtualmente) a um museu, sinta a emoção de ver ao vivo as obras de arte que você já viu na tela do computador.
  • Vá ao zoológico ou ao aquário de sua cidade conhecer o real tamanho dos animais, suas cores vibrantes, os sons que emitem e seus movimentos.
  • Faça passeios na natureza e tire suas próprias fotos ao invés de conhecer os lugares só pelas fotos que os outros tiraram. Veja as mudanças das cores do dia, da temperatura... Olhe o céu anoitecendo, curta o encanto de um pôr de sol.
  • Convide os amigos para vocês estudarem juntos ou para formar um grupo de estudos de interesse comum, ao invés de apenas comentarem pela internet sobre o que leram. Pode ser um momento agradável, de troca de conhecimento e informação, com pausa para um lanche e para relaxar, interagindo de forma mais dinâmica e corporal, e não apenas mental.
Essas são algumas das muitas coisas que você pode fazer quando abandona o mundo virtual por algumas horas no dia ou num fim de semana inteiro, para se dedicar àquela parte da vida que se comunica com calor. Além de arejar a mente, você protagoniza os fatos, está "lá" de verdade, se indignando, se emocionando e observando, além de fazer e ter história para contar.
Não resta dúvida de que a internet passou a ser fundamental no nosso dia-a-dia, afinal você está lendo esse artigo numa página virtual. Mas ela deve ser um meio, e não um fim em si mesma. A vida acontece com muito mais intensidade e possibilidades quando estamos nela de corpo presente.

sábado, 27 de agosto de 2016

GÊNEROS DE TEXTO- ORAL OU ESCRITO AULA 1.

GÊNERO TEXTUAL


O gênero textual, oral ou escrito, é escolhido a partir da finalidade do texto, por isso os exemplos são ilimitados. O texto faz parte do nosso dia a dia, não é verdade? Para pedir o café da manhã, para convencer a mãe a liberar o carro no final de semana, para convidar um amigo para uma festa, para declarar o amor, para solicitar que o banco cancele o cartão de crédito, para reivindicar melhorias no transporte, o que utilizamos? O texto, claro! Seja oral ou escrito.  
Os textos, embora diferentes entre si, possuem pontos em comum, pois podem se repetir no conteúdo, no tipo de linguagem, na estrutura. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, seja na estrutura, conteúdo ou tipo de linguagem, configura-se o gênero textualque pode ser definido como as diferentes maneiras de organizar as informações linguísticas, destacando que isso acontecerá de acordo com:
  • A finalidade do texto;
  • O papel dos interlocutores;
  • A situação.  
Não podemos definir a quantidade de gêneros textuais existentes. Por que isso acontece? Graças à sua natureza. Com que objetivo eles foram criados? Para satisfazer a determinadas necessidades de comunicação. Assim sendo, podem aparecer ou desaparecer de acordo com a época ou as necessidades dos povos. Por isso, podemos afirmar que gênero textual é uma questão de uso.
gênero textual não exclui ou despreza a tipologia textual tradicional (narração, descrição e dissertação), pelo contrário, os aspectos tipológicos são apresentados de forma mais ampla,  já que  passam a ser analisados a partir das situações sociais em que são usados. Acompanhe a seguir os exemplos de gêneros e os grupos aos quais estão inseridos.
Narrativo:
  • Conto maravilhoso;
  • Conto de fadas;
  • Fábula;
  • Lenda;
  • Narrativa de ficção científica;
  • Romance;
  • Conto;
  • Piada;
  • Etc.
Relato:
  • Relato de viagem;
  • Diário;
  • Autobiografia;
  • Curriculum vitae;
  • Notícia;
  • Biografia;
  • Relato histórico;
  • etc.
Argumentativo:
  • Texto de opinião;
  • Carta de leitor;
  • Carta de solicitação;
  • Editorial;
  • Ensaio;
  • Resenhas críticas;
  • etc.
Expositivo:
  • Texto expositivo;
  • Seminário;
  • Conferência;
  • Palestra;
  • Entrevista de especialista;
  • Texto explicativo;
  • Relatório científico;
  • etc.
Instrucional:
  • Receita;
  • Instruções de uso;
  • Regulamento;
  • Textos prescritivos;
  • etc . 
Cada gênero possui sua característica. Entretanto, é importante destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, mais formal.
Redigir uma carta, narrar um conto, produzir uma receita, enfim, todas essas tomadas de posições fazem do interlocutor um ser social, norteado de objetivos, finalidades, propósitos que ele põe em prática por meio dos textos que constrói. Partindo então dessa realidade, equivale dizer que distintos são os momentos em que nos colocamos na condição de emissores, sobretudo em se tratando da linguagem escrita; dessa forma, temos de estar cientes acerca da estrutura, dos aspectos linguísticos que se aplicam à materialização dessas circunstâncias comunicativas, tendo em vista a irrefutável condição relacionada ao “por que escrever”, “para quem escrever” e “como escrever”.
Ora, por que escrever parte do fato de que, quando escrevemos, dispomos de uma intenção;  para quem escrever emerge da condição de que, se temos um propósito, logo essa intenção se dirige a um interlocutor em específico; como escrever se encontra atrelado à condição de que, a depender do objetivo e do interlocutor, formas específicas, no que diz respeito à estrutura, sem nenhuma dúvida, aplicam-se à construção desses diversos textos, materializando, portanto, as diversas circunstâncias comunicativas a que estamos condicionados cotidianamente.
Com base nisso, sobretudo porque pretendemos auxiliá-lo(a) no tocante ao aprimoramento das tantas habilidades requisitadas pela modalidade escrita da linguagem, preparamos para você um esquema, em que nele você poderá perceber que os distintos exemplos de gêneros, orais e escritos, partem de uma base para se constituírem, esta base refere-se aos aspectos tipológicos demarcados pelo ato ora de narrar, relatar, argumentar, expor, ora de descrever ações.

Dessa forma, a partir do momento em que esses domínios de comunicação, digamos assim, tornam-se incorporados à nossa consciência, e por que não dizer às nossas habilidades, estamos prontos para redigir todo e qualquer texto. Por essa razão, observemos, pois, os exemplos de gêneros orais e escritos que partem justamente dessas tipologias. Ei-los, portanto:
Distintos são os exemplos de gêneros orais e escritos
BIBLIOGRAFIA: 
  1. http://brasilescola.uol.com.br/redacao/exemplos-generos-orais-escritos.htm
  2. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/generos-textuais.htm
VÍDEO SOBRE GÊNEROS TEXTUAIS:



TEXTO -O GIGOLÔ DAS PALAVRAS
 Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. (...). Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e só é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura. Claro que eu não disse tudo isso para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isto eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas a exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua própria vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito. Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda. 
(Texto adaptado: VERÍSSIMO, Luís Fernando. In.: O nariz & outras crônicas. 3ª ed. 2ª impressão. Ática. São Paulo.2002. 
EXERCÍCIOS:
  • Questão 1
    (ENEM 2010)
    MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
    Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
    Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é
    a) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
    b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.
    c) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.
    d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.
    e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.

  • Questão 2
    Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir:
    I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
    II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens;
    III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade;
    IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho;
    V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros.
    São, respectivamente:
    a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argumentativa.
    b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
    c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
    d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
    e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta argumentativa.

  • Questão 3
    (ENEM 2010)
    Câncer 21/06 a 21/07
    O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.
    Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.
    O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é:
    a) vender um produto anunciado.
    b) informar sobre astronomia.
    c) ensinar os cuidados com a saúde.
    d) expor a opinião de leitores em um jornal.
    e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.

  • Questão 4
    Leia o texto a seguir para responder à questão:
    A outra noite
    Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
    Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
    - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
    Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
    - Mas, que coisa...
    Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
    - Ora, sim senhor...
    E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
    Rubem Braga
    Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é:
    a) Conto.
    b) Poesia.
    c) Prosa.
    d) Crônica.
    e) Diário.
Resposta Questão 1
  • Alternativa “b”. O texto publicitário é um gênero cuja linguagem é permeada, principalmente, pela função apelativa, ou seja, apresenta diversos recursos que têm como objetivo principal chamar a atenção do público-alvo para o produto anunciado.

  • Resposta Questão 2
    Alternativa “c”.

  • Resposta Questão 3
    Alternativa “e”. Chamamos de gênero o modo como os diversos textos aparecem na sociedade, e o gênero horóscopo é muito comum. Esse gênero não apresenta intenção de informar ou apresentar conteúdos, mas sim de aconselhar, astrologicamente, um indivíduo.

  • Resposta Questão 4
    Alternativa “d”. Podemos observar na crônica de Rubem Braga todos os elementos característicos desse gênero, como o relato de uma situação corriqueira do cotidiano, permeado por uma linguagem dotada de certa dose de lirismo, além de características como a brevidade do texto e uso de uma linguagem coloquial.